quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Calvário...

"Irmãozinho, talvez a coisa mais difícil para você aceitar nesse momento seja o fracasso em fazer de sua vida o que deseja. Esta é a cruz que você menos quis, a cruz que nunca esperou, a cruz que acha mais difícil de carregar. De algum lugar você tirou a idéia de que eu esperava que sua vida fosse uma história imaculada de sucesso, uma espiral ascendente indestrutível para a santidade. Não percebe que sou realista demais para isso?

Testemunhei um Pedro afirmando três vezes não me conhecer, um Tiago que quis poder em troca do serviço ao reino, um Filipe que, depois de três anos comigo, não sabia que devia ver o Pai em mim e um grupo de discípulos que estavam certos do meu fim do Calvário. O Novo Testamento está repleto de homens que começaram bem e vacilaram. Entretanto, apareci a Pedro. Tiago não é lembrado por sua ambição, mas pelo auto-sacrifício ao reino. Filipe viu o Pai em Cristo quando lhe mostrei o caminho. E os discípulos, antes desesperados, tiveram coragem suficiente para me reconhecer no estranho que repartia com eles o pão na escuridão da estrada para Emaús. A questão é esta: espero mais fracassos seus do que você espera de si mesmo.

O mais urgente agora, irmãozinho, é desejar o Espírito Santo. Clame, deseje fervorosamente e ore pelo Espírito Santo noite e dia em incansável intercessão. Somente o Espírito pode levá-lo adiante e para cima. Somente o Espírito pode torná-lo bom e manter seus olhos fixos em mim.

Felizmente, sua vida, assim como a minha, percebe a ressurreição depois do Calvário. É minha natureza humana, em sua presente ressurreição, obtida completamente do esplendor da divindade, que mostra, como claro espelho, tudo para o que você foi chamado. Se sofre comigo, você será glorificado comigo. O destino de Cristo, seu irmão, é seu destino. Como o apóstolo Tomé, vá a Jerusalém e morra comigo. quando for, lembre-se de que, quando ascendi aos lugares divinos, não saí da terra. Permaneci em muitos lugares e, singularmente, em seu coração. É de sua interioridade profunda que obterá força para continuar a viagem, nada louvando, nada valorizando, de nada se vangloriando, além da cruz que carreguei sozinho na longa estrada do Calvário.

Brennan Manning