quarta-feira, 31 de agosto de 2011

As Responsabilidades sobre um Ministro de Louvor

ESTUDO - Ministério de Louvor na Prática – Parte 1

Por Hudson Almeida – um dos líderes de louvor da ADEQ

As Responsabilidades sobre um Ministro de Louvor

A parte mais importante do culto é o momento da palavra – diziam, ou dizem, alguns dirigentes de culto em nossas igrejas. Com essa afirmação subtende-se que o momento precedente à preleção é menos importante. Considerando o fato de como a música é tratada em alguns cultos, pode-se até concordar com a colocação. Músicas com letras vazias, mal entoadas ou o contrário, exibições exageradas fazendo do que devia ser um culto ao Senhor uma mera apresentação musical performática, um show. Hoje, sendo um líder de música, ou ministro de louvor, discordo totalmente da afirmação no início deste parágrafo.

Os Ministérios de Louvor são realidades em uma grande parte de nossas igrejas, e passaram a ser um componente já essencial aos cultos prestado ao Senhor. Mas quais as atribuições e obrigações de um bom ministério de louvor? Existe responsabilidade sobre este grupo de música tal qual pesa sobre os ombros de um pregador? Eu acredito que sim. E ainda posso afirmar que o ministério de louvor pode “ajudar” ou “danificar” o culto e o momento da preleção.

A primeira pessoa a tomar o microfone após a oração inicial é o ministro ou líder de louvor. É a partir dele que toda a congregação iniciará seu culto. Por isso, ao invés de falar de toda a banda, quero apontar para um representante importante: o ministro de louvor.

Ministro de louvor não é animador de palco nem pregador do culto. Qual a função do ministro de louvor? É dizer palavras bonitas entre uma e outra canção? É mandar um irmão virar para outro e dizer uma frase de (sem) efeito? É contar um testemunho chocante que faça a grei glorificar ao Senhor em voz alta? É trazer uma palavra bíblica para exortar a igreja? É exigir que todos cantem e batam palmas, pois Jesus está presente? Tudo isso é feito, uma vez ou outra, por nós ministros de louvor. Porém nossa função essencial não é fazer essas coisas. Na verdade, as responsabilidades de um ministro de louvor são bem maiores do que trazer uma “boa ministração” à igreja.

Seleção das músicas. Como escolher as músicas certas para cada culto? O líder de louvor tem a árdua tarefa de escolher as canções que toda a igreja irá prestar como oferta de adoração ao Senhor. Se o ministro escolhe canções erradas, a culpa é dele se o louvor “não der certo”, se a igreja não canta, se Deus não é adorado.

Mas, o que são canções erradas? Chamo de canções erradas aquelas que não servem ao culto:

1 - Canções com letras que centralizem o homem. Ora, se o culto é pra Deus, Ele é quem deve ser adorado pela igreja. Jesus Cristo é o Senhor da igreja, Ele deve ser honrado, respeitado e adorado. Esse é um princípio básico que todo grupo de louvor deve praticar. Nem sempre as “DEZ MAIS!” da estação de rádio fm são as melhores para serem escolhidas para o repertório de um ministério de louvor. Geralmente as canções que fazem mais sucesso são as que dizem: “você vai vencer e os teus inimigos vão perder”, ou “hoje a tua vitória vai chegar”, ou “você é um campeão!”. São canções com algumas verdades bíblicas (algumas verdades), mas que centralizam o homem. Logo, se um líder de louvor tem preferência por esse tipo de canção, terá de abrir gosto do seu estilo musical quando for selecionar as canções a serem ministradas.

2 – Canções com arranjos, vocalização e desenhos rítmicos complexos. Eu sou fã da música popular brasileira, tenho forte atração pelo black music, curto um bom samba, deleito-me no em todos os ritmos e estilos possíveis. Mas quando comecei a ministrar semanalmente percebi que as melhores canções e com maior participação da igreja são as mais simples. Músicas mais difíceis serão menos cantadas pela igreja, e se a função do ministério de louvor é adorar ao Senhor junto com igreja nossas canções precisam ser mais simples. Os tons das músicas devem estar em tons médios, para que a maioria possa cantar. As letras devem ser de fácil assimilação. Conheci músicos que tinham predileção por certo estilo musical, e que quando tocavam seus instrumentos com o ministério, faziam sem vontade, por considerar o estilo simples demais para os seus níveis. Essa responsabilidade de simplificar o louvor fica totalmente por conta do líder de louvor.

3 – Canções novas onde a igreja não participa. Quem ministra semanalmente sente um enorme desconforto em ter que repetir canções já cantadas em cultos anteriores. Bom seria se toda semana tivéssemos canções novas prontas onde toda a igreja cantasse. Mas isso não é assim. Uma canção nova, principalmente as que não circulam nas rádios, demoram a serem aprendidas pela congregação. Muitas canções novas em um período curto farão com que a igreja não aprenda nenhuma delas e o ministério cantará sozinho. O ideal é que para cada canção nova cantem-se outras mais conhecidas, jamais o contrário.

Continua...

Na próxima semana.